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Honestidade

Cristiano Thomasius (1655-1728) distinguiu três fontes do bem: a honestidade, o decoro e a justiça (sendo a honestidade o bem mais alto), cujo oposto é o torpe. Essa importante virtude deveria ser ensinada desde a mais tenra idade por meio de diálogos que aconselham ou exemplos, principalmente dos mais próximos, para que a criança aprenda a ser honesta e aja com honestidade.

Por algum motivo ainda não esclarecido, a honestidade parece que deixou de ser uma virtude básica, importante e relevante, principalmente para alguns de nossos agentes públicos sejam eles eleitos, concursados ou com cargos de confiança ou comissionados. Por essa razão desconhecida, os meios passaram a justificar os fins, e os discursos, a ter justificativas independentemente das consequências diretas ou indiretas dos meios usados. Às vezes, penso que perdi um pedaço dessa história recente do Brasil, em que as regras são diferentes conforme quem joga o jogo. As exceções ocorrem de acordo com os interesses. E lideranças que deveriam ser o baluarte de virtudes adotam discursos em que os meios justificam os fins. É relevante lembrar que as maiores atrocidades promovidas pelos homens em nossa história recente teve esta forma de agir. O horror cometido pelo médico Josef Mengele, o "Anjo da Morte", na Segunda Grande Guerra (1939-1945) tinha como objetivo, segundo relatos, a cura de doenças.

Precisamos parar, rever conceitos básicos. E o da honestidade é um deles. Acabar com a chamada "Lei de Gérson", pela qual o importante é obter vantagens em tudo sem levar em conta a ética e a moral. Temos de ensinar: "achado é devolvido e não achado é meu e quem perdeu é relaxado". Além disso, é hora de rever posturas: ficamos irados com o caixa do supermercado se enganou-se com o troco, o mesmo fizemos com o taxista ou o cobrador de ônibus, mas e os bilhões desviados dos cofres públicos não têm importância? Afinal foi sempre assim? Ou quem fez, aqueles que roubaram tinham objetivos relevantes?

Vamos pensar em nossos indicadores (mensuração do desempenho) de políticas públicas (são a totalidade de ações, metas e planos que os governos federal, estaduais ou municipais traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público) apenas nas três áreas por mim classificadas como básicas: educação, saúde e segurança. Como estariam se tivessem recebido esses investimentos? Ok, vocês acham que não seria suficiente para mudar o cenário que aí está? Então, pense que fosse investido em uma só área, a educação. Em 10 anos, seria possível fazer milagres como os que foram realizados no Japão após a Segunda Grande Guerra Mundial ou na Coreia do Sul, assim como em outros países que apostaram na educação. Resistam, professores! Resistam, mestres e doutores! Temos de construir homens e mulheres virtuosos, brasileiros honestos com o nosso exemplo. Os meios não justificam os fins. A honestidade é uma regra, é uma virtude, é um dever básico de todos, em especial dos homens públicos, independentemente de suas crenças ideológicas, políticas e pessoais. Ser honesto é um dever que não pode ser exceção, sobretudo com a coisa pública.Precisamos ir em direção ao caminho da honestidade que chegará ao fim a um destino grandioso e melhor para todos nós.

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